No encontro, governador admite haver estudo para reajuste linear, garantiu que minuta da Lei Orgânica será entregue na próxima semana e não falou em índices
O encontro entre o governador Tarcísio de Freitas e representantes dos policiais civis, militares e penais, realizado nesta segunda-feira (24/11), não foi tão produtivo quanto esperavam os participantes. A reunião foi convocada pelo próprio governador e o ato, por si só, já foi uma grande vitória dos policiais civis.
“Nós não éramos recebidos por um governador deste a primeira gestão de Mário Covas, há 30 anos”, lembra a presidente do Sinpol, Fátima Aparecida Silva, que participou da reunião com Tarcísio. “O encontro foi pedido por Tarcísio no dia em que fizemos uma manifestação em frente à Secretaria da Segurança Pública (SSP), no dia 18 de novembro”, acrescenta.
Durante o encontro, o coordenador do Fórum Resiste Polícia Civil e presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), dr. André Santos Pereira, entregou a pauta de reivindicações dos policiais civis a Tarcísio. Segundo Fátima, na pauta constava o pedido de um reajuste salarial linear, além da apresentação do texto-base da Lei Orgânica Estadual da Polícia Civil de São Paulo (LOE PCSP).
Tarcísio garantiu aos participantes que a minuta da Lei Orgânica será apresentada na próxima semana ao Fórum Resiste, do qual o Sinpol é um dos mais atuantes integrantes. “Ele também disse que deve haver progressão de carreira com critério objetivo, como 18 anos de ingresso na Instituição para chegar à Classe Especial, acabando com injustiças históricas. Disse também que a união de cargos ainda precisa de ajustes, assim como a forma de pagamento dos subsídios, de deve mudar, mas está sendo analisada”, adiantou Fátima.
Sobre o reajuste, o governador admitiu que há um estudo para que seja linear, mas que tudo depende da análise do impacto financeiro no Estado, além da Lei de Responsabilidade Fiscal. Afirmou que o reajuste linear será aplicado em 2026, mas não adiantou índice, embora tenha sido questionado.
Para os policiais militares, a reunião foi ainda mais frustrante, pois eles esperavam que fossem corrigidas distorções nos índices aplicados no reajuste de 2023. Tarcísio descartou essa possibilidade, afirmando que não pode ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. A medida frustrou os representantes da Corporação.
“Não foi tão produtivo quando gostaríamos. Mas tivemos notícias importantes, como a apresentação da minuta da Lei Orgânica e o estudo para reajuste linear. De qualquer forma, vamos seguir na luta. Foi justamente a nossa luta que fez com que Tarcísio nos recebesse. Se não houver boas notícias para os policiais civis, seguiremos lutando e mostrando à população o descaso de Tarcísio de Freitas para com a Polícia Civil, pois já constatamos que isso o incomoda”, conclui Fátima.
